A dor é uma sensação desagradável que avisa que há uma agressão ao corpo. A dor de curta duração é útil para quem a sente, pois é um alarme que nos diz que nosso corpo foi agredido, e portanto, exige uma resposta imediata. Já a dor de longa duração (dor crônica) é bem diferente. Ela pode ser causada por um dano persistente ao corpo, que gera um processo inflamatório “constante”, como no caso da artrite. Ou pode ser gerada por uma irritação constante dos nervos encarregados de transmitir os impulsos dolorosos, sem que haja dano ao corpo. Os estudos recentes apontam que esse é o caso da fibromialgia. (Martínez-Lavín,2014)

A Fibromialgia é uma doença complexa, muito frequente, que afeta predominantemente mulheres. Caracteriza-se por dor em diversas partes do corpo, cansaço que não melhora com o repouso, insônia, formigamento ou câimbra nos braços e pernas e hipersensibilidade a pressão em diferentes regiões do corpo, estando frequentemente associada à ansiedade e ao estresse.

Hoje, existem muitas pesquisas apontando que a causa dessa doença seja uma alteração no funcionamento do sistema nervoso autônomo. Esse sistema é o principal componente de resposta ao estresse que, quando desregulado, poderia provocar uma excessiva produção de adrenalina. É como se o organismo estivesse constantemente sendo submetido a situações de perigo e estresse.

O diagnóstico dessa doença não é simples, pois seus sintomas podem ser confundidos com os de várias outras, tornando necessário um exame físico criterioso, que exclua a possibilidade de outras doenças reumáticas.

Segundo Martínez-Lavín(2014), para tratar a fibromialgia, é preciso entender que ela não é uma doença imaginária, que a dor e os demais sintomas são reais. Entender que os nervos encarregados de transmitir a dor estão realmente irritados e que frequentemente há um impacto emocional negativo, capaz de desempenhar um ponto importante na perpetuação do sofrimento.

Atualmente indica-se o uso de terapia medicamentosa associada a acompanhamento psicológico, exercício e fisioterapia.

Visto que as principais queixas das pacientes são dor e fadiga, pode parecer contraditória a prescrição de exercício, porém existem várias evidencias cientificas que mostram os benefícios do exercício físico no combate aos diversos sintomas da doença, como a dor, o cansaço e o número de pontos dolorosos. A grande recomendação é que seja feito de maneira gradual.

A fisioterapia aquática (hidroterapia), dispõe de um meio ideal para o tratamento desses pacientes, visto que a imersão na água diminui a carga nas articulações, tornando os movimentos mais fluidos e leves, além do grande relaxamento muscular provocado pela água aquecida. Na hidroterapia são realizados exercícios de alongamento e fortalecimento muscular além de exercícios respiratórios que trazem muitos benefícios, já que modulam de maneira direta o sistema nervoso autônomo, ajudando a diminuir os níveis de adrenalina.


Dra. Raquel Ribeiro de Moura 
CREFITO 169338-F

Trabalha com fisioioterapia Aquática para idosos, gestantes e reabilitação motora 

Referência:
Martínez-Lavín,M. Fibromialgia sem mistério. P.18,99, São Paulo: MG Editores, 2014.