O cenário é de incerteza, de medo de uma doença que travou a economia mundial, confinou bilhões de pessoas em casa, mata muitos e ameaça pessoas queridas.  Nele somos protagonistas, em maior ou menor escala, mas sempre sentindo algo, pois é nossa forma humana de estar no mundo. Já passamos dos 60 dias de distanciamento social e, cada vez mais, a nossa saúde emocional está sendo posta à prova.

Os estudos já mostram que o número de pacientes com depressão dobrou e que mais de um terço da população já desenvolveu algum transtorno relacionado à ansiedade, desde o início da pandemia.

Neste período, vivemos cada um a seu modo e variando com as circunstâncias diversos sentimentos, como medo, angústia, desespero, ansiedade, alegria por estar em casa, tédio por estar em casa, dores no corpo pelo acúmulo de tensão, muitas vezes, não identificada, mas fortemente sentida no corpo e na alma.

Todos nós, de alguma forma, estamos atingidos por perdas diretas ou indiretas, o que agrava o quadro de tensão e nos exige maior atenção e cuidado com a nossa saúde emocional.

Já estamos vivendo a temida revelação de números se tornarem rostos conhecidos. E o que se revela de nós mesmos? Como estamos reagindo?

Dentro do seu modo de sentir, cada um pode desenvolver mais os aspectos de sua personalidade que promovem maior ajustamento ao período indefinido de crise. Estas respostas, com características singulares à cada pessoa, se ajustarão em acordo com os resultados das ações coletivas.

Algumas ações são favoráveis ao equilíbrio emocional e cada uma passa pela escolha individual da pessoa.  Veja as que fazem nexo com você:

• Encarar esta situação como propícia para mudanças, aprofundando os questionamentos e o nível de consciência;
• Acolher seus sentimentos, sem crítica e com compaixão, como naturais para a situação;
• Identificar os padrões de comportamento, de reações emocionais, mais repetitivos e para onde nos levam;
• Transformar ansiedade em curiosidade, em uma busca mais profunda de si mesmo, numa escuta verdadeira do seu mundo interior, que possibilite descobrir novos caminhos e saídas das situações;
• Cultivar a atenção no aqui e agora, como diz santo Agostinho, só existe o momento presente;
• Identificar se está conectado a um pensamento negativo ou liberto para encarar a diversidade como inevitável característica da vida;
• Colocar-se ativo diante dos processos da vida, desde os mais simples aos mais complexos;
• Dar propósito ao que está vivendo agora com atenção ao presente e não somente a como quero estar quando tudo isso passar. É no aqui agora que construímos o que nos tornamos hoje e no futuro;
• Buscar encontrar o equilíbrio mais saudável. Encontrar um sentido e um sentimento de gratidão diante do que pode fazer hoje;
• Confiar na capacidade de resiliência, que todos possuímos, pois, sofrimentos emocionais têm suas formas de cicatrização;
• Informar-se por fontes confiáveis para a redução da ansiedade e do estresse durante a pandemia de COVID-19. (Organização Mundial da Saúde, Secretarias de saúde, Fundação Oswaldo Cruz). Mas, limite o tempo de contato com elas;
• Discernir o equilíbrio de não estar alienado ao que está acontecendo e nem ir para o outro polo de estar inserido demais.
• As pessoas que viveram perdas diretas ou que estão na linha de frente devem procurar ajuda psicoterápica com a maior brevidade para trabalhar o nível de tensão e os lutos traumáticos dessa situação. Obviamente qualquer pessoa pode e deve procurar psicoterapia.

 

Consciente da capacidade de crescimento com as crises e os desafios, o Centiser tem profissionais de Psicologia capacitados e disponíveis para o atendimento psicoterápico a quem desejar.

Afinal, desejo que todos tenham Saúde para viver feliz, em todos os tempos!


Ana Cristina Benevides Pinto
Psicóloga, psicodramatista, psicoterapeuta e diretora do Centiser – Centro de Tratamento e Integração do Ser
CRP 11/0662