A prática de exercícios físicos tem impacto significativo sobre o sistema imunológico do nosso corpo. Há evidências de menores taxas de incidência de infecções respiratórias agudas e de risco de mortalidade por doenças respiratórias infecciosas, em indivíduos que se exercitam em níveis de intensidade adequada.

No entanto, o isolamento social e a suspensão de espaços fitness, como academias e clubes esportivos, embora tenham sido medidas para reduzir a velocidade de contágio da Covid-19, também reduziram a prática de exercício físico, predispondo a população a adotar comportamentos sedentários, resultando em consequências negativas para a saúde, como ganho de peso e perda de massa muscular. Contextos como esse aumentam a suscetibilidade a eventos estressantes e elevações de hormônios que inibem funções celulares do nosso sistema imunológico.

Por isso, OMS recomenda que indivíduos saudáveis e assintomáticos se exercitem pelo menos 150 minutos por semana para adultos e 300 minutos por semana para crianças e adolescentes. Lembrando que esses horários podem ser distribuídos durante os dias da semana e de acordo com a rotina da pessoa.

O Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) também recomenda a prática de exercícios físicos moderados como um recurso para reforçar o sistema imunológico contra a Covid-19. Ele publicou diretrizes para atividades de intensidade moderada que podem ser praticadas em ambientes fechados ou ao ar livre, quando permitidas pelas autoridades governamentais. As opções de atividades aeróbicas a serem realizadas em casa incluem caminhar rapidamente pela casa, subir e descer escadas, dançar e pular corda. Quando possível, caminhar ou correr ao ar livre, andar de bicicleta, fazer jardinagem também são opções interessantes, desde que as medidas de segurança sejam mantidas.

Entre as atividades de força, o ACSM sugere exercícios com o próprio peso do corpo, como agachamentos, polichinelos, abdominais, flexões e ioga, que também podem ajudar em estados de ansiedade. Objetos como mochilas, livros, sacolas de compras e garrafas d’água também podem ser utilizados como ferramenta auxiliar em um treino resistido.

Quanto à intensidade e ao volume das práticas de exercícios físicos, estes devem ser moderados, pois se excederem em alguma dessas variáveis de treino, ocorrem efeitos imunossupressores momentâneos que proporcionam uma maior vulnerabilidade quanto ao contágio do novo coronavírus.

Além disso, ferramentas tecnológicas, como videochamadas com um profissional de educação física, facilitam a orientação dos exercícios para que eles sejam realizados com segurança e, assim, a proporcionarem melhores resultados.

Então, independentemente de você fazer parte ou não de algum grupo de risco para a Covid-19, segundo o ACSM, a prática de exercícios deve ser feita de forma regular para que haja uma melhora do sistema imunológico e uma redução do estresse e dos transtornos de ansiedade. (FONTE: SILVEIRA, M.P; FAGUNDES, K.K.S; BIZUTI, M.R; STARCK, EDINA; ROSSI, R.C; SILVA, D.T.R. Physical exercise as a tool to help the immune sytem against Covid-19: an integrative review of the current literature. lin Exp Med. 2020 Jul 29 : 1-14. )


Anne Karoline Tabosa Barbosa Paiva
(CREF: 007469-G/CE)