O ano do 2021 findou com características próprias de tempos pandêmicos, ao mesmo tempo que imbuído de desejos expressos ou não de renovação mínima com a iminência de um novo ciclo.

A caracterização de ser renovado vai além da cronologia do calendário para advir da profunda percepção do valor da vida, prenha de transformações sempre que tocada por amor e generosidade.

Há diversidades de aprendizagens que podem fortalecer o propósito de vida. Mas qual o conceito dele? Segundo pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e da Universidade de Warwick, no Reino Unido, propósito na vida é definido como a habilidade de desenvolver “metas e objetivos que dão direção e significado à vida.”

Eles estudaram, durante nove anos, mais de 18 mil pessoas, entre homens e mulheres a partir dos 50 anos, e concluíram que quanto mais forte o senso de propósito na vida, mais ativas as pessoas são e vice-versa.

Os resultados revelaram uma relação bilateral. Pessoas com vidas ativas apresentaram um senso de propósito crescente ao longo dos anos, enquanto, paralelamente, aqueles cujo senso de propósito era mais forte, desenvolveram o hábito do exercício físico.

O estudo, publicado no periódico científico americano “Journal of Behavioral Medicine”, traz a afirmação de que pessoas com forte senso de propósito na vida são mais propensas a cuidar de suas vidas, o que pode incluir ser fisicamente ativo.

Inúmeros benefícios da prática regular de exercícios físicos são destacados há anos e associá-los ao fortalecimento do propósito na vida é indicativo da prevenção das doenças mentais, em especial da depressão e do suicídio.

E nesses tempos pandêmicos, mostrou que salva vidas desde por razões biológicas, como melhorar a imunidade até às psíquicas como destacadas acima.

Na transição dos anos, reitero a imprescindibilidade de manter a prática regular de exercício físico, que transcenda em muito um propósito de ano novo para ser um propósito na vida, que lhe assegure o significado primordial de sagrado e inviolável patrimônio individual e coletivo, concretizado em atos e ações cotidianas de cuidado profícuo e responsável.

E que esteja interligada com as complementares, como a alimentação, o autoconhecimento, as vivências grupais, coletivas e amistosas, as práticas espirituais, ambientais e laborativas, coconstrutoras do renovável significado da vida!


Ana Cristina Benevides Pinto
Psicóloga (CRP 11/0662), psicodramatista e diretora do Centiser.